terça-feira, junho 13, 2006

Fernando Pessoa e Fernando de Bulhões
























Hoje comemora-se 118 anos sobre o nascimento de Fernando Pessoa, assim chamado por nascer no dia de outro célebre Fernando lisboeta, o santificado António.

Mais uma vez me emocionei ao receber do Brasil mais um poema de Fernando Pessoa, pela mão de um amigo que entende a lusitaneidade como a sua origem e destino.

Este é um poema que qualquer um gostaria de ter escrito e com o qual se identifica, como uma essência humana.

Se depois de eu morrer

Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.

Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto corri o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.

Fechei os olhos e dormi.

Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Fernando Pessoa - Alberto Caeiro

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